Reduzir o uso de plásticos, substituí-lo por novos materiais ou apostar mais na reciclagem, é necessário para adotar práticas mais amigas do ambiente.
Todos os anos, são produzidas cerca de 300 milhões de toneladas de resíduos plásticos, sendo que destas, oito milhões acabam nos oceanos, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Em 2019, só em Portugal, foram recolhidas das praias mais de duas toneladas de plástico, o dobro de 2018.
Vários industriais e peritos nesta temática consideram que a principal ameaça é comportamental. Esta comunidade acredita que devemos penalizar comportamentos e não os materiais. “O plástico não foi inventado para ser depositado no meio ambiente”, afirmou, numa entrevista ao ECO, Amaro Reis, presidente da Associação Portuguesa da Indústria de Plásticos (Apip). Amaro Reis explica que “o plástico é um material essencial e de excelência em vários setores e aplicações, nomeadamente embalagem, transportes, saúde, eletrónica, construção, entre outras”. Jorge Portugal, diretor-geral da Associação Empresarial para a Inovação (Cotec), acrescenta ainda que “Os plásticos são leves, baratos e adotáveis em diferentes aplicações”.
O plástico desempenha um papel extremamente importante naquilo que é o seu contributo para minimizar as alterações climáticas, desde logo pela poupança de energia e redução das emissões de gases de efeito de estufa. Para além disso, este é o material que, em todo o mundo, é submetido a mais processos de controlo de segurança, o que o torna totalmente seguro para a saúde e conserva os alimentos e evita o desperdício. O problema está no facto de existir muito pouco plástico reciclado para satisfazer todas as necessidades industriais do mundo. Apenas uma pequena fração do plástico que é produzido é reciclado e reintroduzido na cadeia produção.
As soluções para reduzir a quantidade de plástico passam pela economia circular através do reaproveitamento dos desperdícios face à escassez cada vez maior das matérias-primas, mas também por uma responsabilidade social de todos os consumidores. E é necessário agir rapidamente. As indústrias têm de definir objetivos para desenvolverem produtos e soluções que consumam menos energia e preservem os recursos naturais, tanto durante a produção como durante a utilização dos produtos. No entanto, tal não será suficiente se da parte dos consumidores não existir uma adoção e uma sensibilização em massa para este tipo de produtos e materiais.
É importante salientar que a redução do impacto negativo do plástico do planeta só é possível se industriais e consumidores trabalharem em conjunto para uma economia circular. Todos teremos de adotar um consumo cada vez mais racional e adotar um comportamento mais cívico e mais responsável na forma de descarte dos resíduos gerados, praticando a reciclagem de forma informada.